Neste domingo (30), Corinthians e Flamengo jogarão em Itaquera em um duelo que pode tanto acabar com uma enorme sequência invicta do time alvinegro como praticamente dizimar as esperanças flamenguistas de conquistar o heptacampeonato nesse ano.
Já não bastassem os atrativos oferecidos pela circunstância atual, o clássico entre e cariocas e paulistas guarda um charme à parte. Afinal de contas, não dá pra não prestar atenção em um jogo envolvendo as duas maiores torcidas do país.
Outro fator importante é o histórico que mostra vários atletas que já atuaram com as camisas dos dois clubes. Alguns conseguiram a proeza de se tornar ídolos com ambas; outros experimentaram o gosto amargo de não serem bem quistos tanto pela Nação Rubro-Negra quanto pela Fiel.
O Alambrado preparou uma escalação com jogadores que atuaram pelos dois times, tentando destacar tanto as conquistas de cada um como o momento em que passaram por cada clube. Para ajustar as escolhas, o esquema utilizado é o 3-4-3. Confira.
Marcial
Sem muita fama, mas muito eficiente, Marcial passou segurança às traves do Flamengo de 1963 a 1965. Considerado fundamental na conquista do Estadual contra o Fluminense em 1963, defendeu naquele jogo um chute à queima-roupa de Escurinho em lance tido como uma das maiores defesas da história do Maracanã.
Em 1965, ele desembarcou no Corinthians com status de estrela, tentando fazer o clube quebrar o jejum de títulos que àquela altura já durava mais de 10 anos. Não conseguiu, mas acabou sendo um dos poucos pela torcida no período em que ficou no clube, até 1967.
Domingos da Guia
Simplesmente um dos maiores defensores da história do futebol brasileiro, Domingos da Guia, o “Divino Mestre”, provavelmente é uma das escolhas mais fáceis desta lista. Líder nato, extremamente seguro e forte, liderou a zaga flamenguista entre os anos de 1937 e 1943, com direito a três títulos cariocas.
Quando chegou ao Corinthians, já com 31 anos, muitos disseram que estava em fim de carreira. Mas Domingos ainda tinha muita lenha para queimar, e jogou em alto nível durante as quatro temporadas pelo clube, atuando mais de 100 vezes com a camisa alvinegra.
Fábio Luciano
Revelado pela Ponte Preta, Fábio Luciano chegou ao Corinthians em 2000 para atuar em um time cheio de estrelas. Logo de cara, levantou o troféu do Mundial de Clubes. Com personalidade e firmeza, conquistou seu espaço no alvinegro e foi importante nos títulos paulistas de 2001 e 2003, além da Copa do Brasil e do Rio São Paulo em 2002.
Depois de uma passagem de sucesso pelo Fenerbahçe, chegou ao Flamengo em 2007, já com 32 anos. Liderou o time na reação que levou a uma vaga na Libertadores do ano seguinte. Em 2009, levantou como capitão o troféu do Campeonato Carioca.
Gamarra
Pelo Flamengo, Gamarra não chegou a jogar tudo que se esperava. Com algumas lesões e atuando em um time despedaçado, atuou poucas vezes, embora ainda tenha conseguido mostrar alguns rasgos da qualidade técnica que haviam o tornado conhecido como um dos maiores zagueiros do mundo na época.
Muito dessa fama havia sido conquistada durante a passagem do paraguaio pelo Corinthians, que apesar de ter sido breve (apenas um ano e meio) ficou marcada na mente do torcedor. Durante esse período, ele conquistou um Brasileiro e um Paulista, sempre mostrando um tempo de bola impressionante e fazendo poucas faltas.
Elias
Típico volante moderno que sabe chegar à área, Elias conquistou a torcida corintiana logo que chegou ao clube para a disputa da série B, em 2008. No ano seguinte, já era um dos destaques do time que foi campeão paulista invicto, além de vencer também a Copa do Brasil.
Em 2013 chegou ao Flamengo, e mais uma vez não demorou para cair nas graças da torcida. Marcou gols importantes no título rubro- negro da Copa do Brasil de 2013. Depois disso, voltou ao Corinthians e ainda teve tempo de ganhar mais um troféu pelo clube, dessa vez o do Brasileirão.
Renato Augusto
Cria da base do Flamengo, Renato Augusto foi desde o início um dos xodós do clube. Com apenas 18 anos, mostrou muita personalidade e técnica durante as finais da Copa do Brasil de 2006, onde os rubro-negros levaram a taça em cima do arquirrival Vasco.
Ainda ganhou dois títulos cariocas antes de se transferir para o Bayer Leverkusen, em 2008.
Depois de quatro temporadas na Alemanha, Renato voltou ao Brasil para jogar pelo Corinthians. Apesar da desconfiança inicial por conta do histórico de lesões, o jogador deu a resposta em campo com grandes atuações e esbanjando classe. Foi campeão do Paulista e da Recopa Sul-Americana em 2013, e talvez o principal destaque do time campeão brasileiro em 2015.
Sócrates
Falar da importância do Doutor Sócrates para o Corinthians é chover no molhado. Dentro e fora de campo, Sócrates foi um ícone do clube nos anos 80 e é considerado um dos maiores ídolos da história tanto pela técnica irrepreensível quanto pela postura combativa na Democracia Corintiana.
Depois de uma temporada na Fiorentina, o Magrão realizou um sonho antigo de jogar junto com seu amigo Zico, defendendo a camisa vermelha e preta entre os anos de 1985 e 1987. Mesmo atuando pouco, conseguiu faturar o título carioca em 1986.
Marcelinho Carioca
No Flamengo, Marcelinho fez parte de uma geração incrível de jovens talentos que apareceram simultaneamente e acabaram não sendo devidamente cuidados pelo clube, jogando junto com Paulo Nunes, Djalminha, Júnior Baiano, Marquinhos e Nélio, entre outros.
Depois de seis anos no Rio, Marcelinho foi negociado contra sua vontade em 1993. O destino seria o Corinthians. Com vontade de mostrar que os flamenguistas haviam errado, o Pé de Anjo virou ícone no Parque São Jorge, conquistando nada menos que 10 títulos e entrando para a história alvinegra com seu estilo explosivo e cobranças de falta precisas.
Liédson
Se jogar por Corinthians e Flamengo já é uma marca e tanto para o currículo, imagine passar duas vezes por cada clube? Liédson chegou ao Flamengo em um momento turbulento do clube, em 2002, mas com uma boa média de gols conseguiu ajudar o time da Gávea a fugir do rebaixamento.
No ano seguinte chegou ao Corinthians e manteve a rotina de bola na rede, conquistando um título paulista. Depois de oito anos no Sporting-POR, voltou para o Timão e foi decisivo na campanha vencedora do Brasileirão em 2011, além de fazer parte do elenco campeão da Libertadores no ano seguinte. Ainda em 2012 retornou para o Flamengo, embora a idade e as lesões já estivessem prejudicando seu futebol.
Luizão
Luizão é um exemplo de jogador bem sucedido com a camisa de vários times grandes. Atendendo a um pedido do pai, chegou ao Corinthians em 1999 e conquistou rapidamente a torcida, marcando 21 gols na campanha do título Brasileiro de 1999, sendo dois deles no segundo jogo da final.
Pelo Corinthians, Luizão ainda conquistaria o Mundial de Clubes em 2000 e o Paulistão em 2001, sempre balançando a rede em duelos importantes. Já veterano, chegou ao Flamengo em 2006 e conseguiu ser decisivo na final da Copa do Brasil contra o Vasco, marcando gol no primeiro jogo.
Edílson
Polêmico, carismático e extremamente habilidoso, o capetinha Edílson foi sem dúvida um dos ícones do Corinthians no fim da década de 1990, com gols decisivos nas campanhas do bicampeonato brasileiro, além do Paulistão de 1999 e o Mundial de 2000.
Depois disso o atacante foi para o Flamengo, onde acabaria sendo uma das figuras mais importantes na campanha do Carioca de 2001, apesar de ter seu brilho ofuscado pelo sérvio Petkovic. No mesmo ano, ainda conquistou uma Copa dos Campeões pelo clube.
Menções honrosas: Felipe, Alessandro, Rondinelli, Chicão, André Santos, Cristian, Renato Abreu, Maldonado, Vampeta, Emerson Sheik, Casagrande, Edmundo.