A temporada 2015-16 foi histórica para o futebol inglês. Pela primeira vez na história, o Leicester City, azarão, foi campeão da Premier League. Jamie Vardy, centroavante das raposas, foi artilheiro da competição. Chegou à seleção de seu país. Craques como Ryad Mahrez, Kanté e Schmeichel ganharam visibilidade. Mas outro jogador também entrou para a história: Andy King. Ele é o único jogador do país a ser campeão, por um único clube, da League One, Championship e Premier League, as três principais divisões inglesas.
King tem 27 anos de idade, treze deles dedicados ao Leicester City. Nasceu na Inglaterra, mas é naturalizado galês. Com nove anos de idade, foi para o Chelsea para jogar nas categorias de base dos Blues. Entretanto, ao completar 15 anos de idade, em 2003, acertou com o Leicester City, onde se encontra até hoje.
Ganhou seu primeiro contrato como profissional em maio de 2007, quando disputaria a temporada 2007-08 como profissional. Infelizmente, Andy King amargaria o rebaixamento da Championship para a League One. Porém, o bom desempenho do meio-campista agradou e fez com que ele recebesse uma proposta de renovação de contrato com duração de três anos.
Motivado, marcou nove gols importantes, que contribuíram para a conquista League One, consequentemente ajudando o Leicester a ficar a um acesso da Premier League. Em 2008-09, ele conquistaria o prêmio de Melhor Jogador Jovem do Leicester. Após o acesso, o Leicester de Andy King amargaria quatro anos na Championship, a Segunda Divisão do Campeonato Inglês.
Em 2012-13, o Leicester conseguiu chegar aos playoffs da Championship. O regulamento é bem simples. Das 24 equipes que disputam a segundona, quatro são rebaixadas, as duas primeiras avançam direto para a Premier League e os times que se encontram da terceira colocação até a sexta, brigam por mais uma vaga. E foi o que aconteceu. O Watford ficou em terceiro, o Brighton & Hove Albion em quarto, o Crystal Palace em quinto e o Leicester em sexto.
Desta maneira, o Watford encarava o Leicester e o Crystal Palace o Brighton. Quatro equipes brigando por uma vaga. Na chamada “semifinal” o Leicester chegou a vencer o primeiro jogo por 1 a 0, em pleno King Power Stadium e foi com a vantagem para o confronto de volta.
A equipe de Andy King – que já vestia a camisa 10 das raposas – começou perdendo após sofrer um gol de Matej Vydra, aos 15 minutos. A resposta viria cedo, aos 19, com David Nugent empatando o duelo. Aos 20 minutos do segundo tempo, novamente o tcheco Vydra marcava, virando o jogo para o Watford. O resultado de 2 a 1 levava o jogo para a prorrogação. O problema é que aos 45 minutos o árbitro assinalou pênalti para as raposas, calando os torcedores do Watford.
Na cobrança, Knockaert tinha em seus pés a chance de empatar e decretar a classificação. No gol, Almunia tinha a oportunidade de sagrar heroi. E o fez. Ele defendeu a cobrança e o rebote dela, duas defesas memoráveis. O melhor viria na sequência. No contra-ataque, a bola foi cruzada para Troy Deeney marcar o gol heroico aos 52 do segundo tempo, levando o Watford para a decisão e acabando com o sonho de Andy King e seus companheiros de chegarem a Premier League.
A redenção aconteceria na temporada seguinte. O Leicester triturou os adversários, vencendo 31 jogos, 9 empates e 6 derrotas. Foram 102 pontos conquistados. Andy King alcançou a marca de maior meio-campista artilheiro do Leicester City, que finalmente retornava à elite do Campeonato Inglês.
A primeira temporada de Andy King na Premier League não foi muito empolgante. O Leicester acabou na 14ª colocação, com certo perigo de ser rebaixado. Mas não foi. E veio ele: Claudio Ranieri. O italiano foi contratado para ser o novo técnico das raposas, que disputariam a temporada 2015-16 em breve. Ele disse que o objetivo do clube era não ser rebaixado.
E não foi mesmo. Mais que isso. O Leicester foi campeão inglês. Título inédito. Histórico. Desbancando elencos milionários como os de Manchester City, Manchester United, Arsenal, Chelsea e Liverpool. Andy King entrou para a história como o único jogador, por apenas um clube, ser campeão da terceira, segunda e primeira divisão. Exemplo de amor à camisa e perseverança.
