Entre o passado, presente e futuro: Gerson

Entre o passado, presente e futuro: Gerson

Uma das maiores joias brasileiras e a expectativa quanto ao seu futuro

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Não é fácil receber o peso de ser a grande esperança de um time em reformulação. Ainda mais quando este clube é um dos maiores do futebol nacional. Gerson recebeu essa responsabilidade de forma natural, e, com semblante sempre tranquilo, brilhou nos seus primeiros passos como profissional.

Tudo isso com apenas 17 anos. O beneficiado? Fluminense Football Club. A equipe que temia um futuro nebuloso após o fim da parceria, em 2014, com a Unimed, passou, de certa forma, incólume ao furacão da crise econômica no clube.

Grande joia de Xérem, celeiro de outros companheiros na equipe principal, Gerson completou 18 anos em maio deste ano. Dois meses antes, o meio-campista anotava seu primeiro gol como profissional, em partida do Tricolor das Laranjeiras contra o Botafogo, pelo Campeonato Carioca.

Ao marcar em um clássico, Gerson já mostrava a personalidade que possui. Jogador que não se intimida diante das defesas adversárias. Por vezes, portando-se até de forma muito tranquila.

O belo tento, de perna canhota, dava indícios ao torcedor carioca das principais características do atleta. Meia capaz de fazer diversas funções em campo, ele também se notabiliza pelo passe refinado, habilidade inata e ótimo chute de longa distância.

Gérson pelo Fluminense (Foto: Divulgação/fluminense.com.br)
Gérson pelo Fluminense (Foto: Divulgação/fluminense.com.br)

No Campeonato Carioca, Gerson foi um dos principais destaques do Fluminense, que caiu nas semifinais diante do Botafogo. Na competição, o “todo-campista” anotou quatro gols em 12 partidas, além de proporcionar ao torcedor belos lances.

O primeiro semestre da promessa o credenciou como uma das maiores esperanças do futebol brasileiro. Membro de uma excelente geração 1997, uma das mais talentosas dos últimos anos, ouso cravar que é o grande jogador da categoria.

No Campeonato Sul-Americano 2015, disputado no início do ano, Gerson foi dos poucos destaques na discreta campanha do Brasil. Com muito dinamismo, comandou o meio-campo brasileiro.

Com tamanhas credenciais e raro talento visto nas categorias de base – Gerson liderou o Fluminense, aos 16 anos, até as semifinais da Copa São Paulo 2014 -, o meio-campista ficou conhecido mundialmente.

Para alguns jornalistas europeus, Gerson poderia fazer uma função mais recuada, ocupando um setor do campo parecido com o de Pogba, astro da Juventus. Comparações à parte, a semelhança física e técnica entre os dois atletas assusta.

Considerado por quem vos escreve como um dos cinco melhores jogadores do mundo da sua geração, Gerson foi contratado pelo valor de, aproximadamente, R$ 60 milhões pela Roma, em agosto, após briga ferrenha do clube italiano com o Barcelona.

Em comum acordo, ele permanece no Brasil até dezembro. Com o término do Campeonato Brasileiro, ruma para a Itália, onde deve desembarcar cheio de pompa. Os torcedores da Roma esperam a chegada de um craque.

Para se ter ideia da dimensão do “nome” do meio-campista em solo italiano, ele recebeu a camisa 10 do clube, após anúncio da contratação. A numeração é utilizada pelo maior ídolo da história da equipe, o lendário Totti.

Apesar de todos os elogios e reconhecimento de tamanho talento, é necessário paciência com a joia. Com apenas 18 anos, Gerson passou por período difícil na temporada.

No fim do período de Enderson Moreira no Fluminense e início de Eduardo Batista, em meio à má fase do time, foi relegado ao banco de reservas. Somente nas duas últimas partidas, diante de Palmeiras e Vasco, o brilho voltou.

Com pressão menor e atenção especial dos italianos, é possível extrair o melhor da joia. A técnica incomum o faz um diferenciado. A peça que mexe uma partida. Precisamos acompanhar se o “deslumbre” não será grande.

Caso utilize todo o seu potencial, até mesmo a seleção brasileira será beneficiada. Gerson é daqueles que nascem para o futebol. Cada movimento descompromissado demonstra qualidade inata que poucos têm.

Entre o passado (vitorioso na base), o presente (de boas atuações) e o futuro (promissor), Gerson disputa o fim do Campeonato Brasileiro tentando mostrar o seu valor e deixar uma pontinha de saudade no coração tricolor.

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