A modernidade está acabando com o futebol a cada dia que passa. Estão transformando estádios em arenas. Torcedores não vibram com o gol, aplaudem como se estivessem em um teatro. Mas o pior de tudo é aquele torcedor que não se importa com o time…
Esse torcedor, que fica no celular enquanto a bola rola, me entristece. Paga um ingresso, que não é barato, para ficar no seu aparelho conversando no WhatsApp ou sabe lá Deus fazendo o quê.
E não é coisa da minha cabeça, não. Basta assistir os jogos dos clubes na televisão. Quando a câmera foca nos torcedores, principalmente nos setores mais caros, onde as pessoas ficam sentadas, sempre tem uma pessoa mexendo no celular.
E isso acontece não acontece só no futebol. Durante a fase final da Liga Mundial, disputada no Brasil, no confronto decisivo entre a seleção brasileira e a dos EUA, quando vários torcedores vibravam com os pontos heroicos brasileiros, em pé, uma torcedora, sentada, mexia tranquilamente no celular, como se nem estivesse no Maracanãzinho.
É o típico torcedor que, quando o time perde, fala que perdeu tempo indo ao jogo, que gastou “x” pra ver o time ser derrotado, mas mal deve saber a escalação da equipe titular. Quando ganha, quer tirar sarro dos amigos. Clássico.
Mal sabe ele que futebol é mais do que ganhar e perder. Que a graça, não só do futebol, mas de qualquer esporte, é o inesperado. Estádio não é teatro, você não irá ver artistas com jogadas ensaiadas.
Os clubes também têm sua parcela de culpa. Acabam incentivando os presentes a sacarem seus smartphones. No Allianz Parque, por exemplo, há rede gratuita de wi-fi. Já na Arena Corinthians, a locução do estádio pede para que os fãs tirem fotos e utilizem determinada hashtag na hora de publicar nas redes sociais, para que possam aparecer no telão durante o jogo. Muitos obedecem.
Amigos próximos disseram que, no confronto entre Corinthians x Atlético-MG, válido pelo Brasileirão 2015, membros de torcidas organizadas do Timão tiravam os celulares de torcedores que o estivessem usando durante o jogo, devolvendo o mesmo no fim da partida, ou destruindo o aparelho.
A medida radical não é a mais correta, afinal cada um faz o que quer desde que não interfira no direito do outro. Mas mostra o quão isso é ridículo no ponto de vista de quem vai para assistir uma partida de futebol, e não ficar no celular.