Uma das novelas da atual janela europeia de transferências envolve o centroavante Diego Costa, ídolo recente da torcida do Chelsea que teria sido dispensado pelo técnico Antonio Conte por meio de uma mensagem de celular, logo após a comemoração do título inglês.
Na última semana, a situação mostrou-se praticamente insustentável, com o brasileiro naturalizado espanhol postando vídeos nas redes sociais com a camisa do Atlético de Madri, seu antigo clube.
Depois de uma série de desavenças com o técnico italiano que se tornaram públicas, incluindo uma briga entre os dois dentro do vestiário, esse parece ser o fim da passagem de Diego Costa por Londres.
No entanto, o jogador não é a única estrela a perder seu lugar no time por conta de uma briga com seu treinador. Confira outros ídolos que acabaram saindo de seus clubes em situação semelhante:
Alex
A torcida do Fenerbahçe sempre demonstrou idolatria pelo meia brasileiro Alex, que atuou pelo clube por oito anos e marcou 185 gols. Mas nem todo esse carinho serviu para impedir a saída dele do clube turco, após uma desavença com o técnico Aykut Kocaman.
O motivo do atrito entre ambos é mais bizarro que a saída em si. Kocaman teria supostamente deixado de escalar o meia por receio de que este o ultrapasse como maior artilheiro da história do clube. Na queda de braço, o técnico acabou levando vantagem, e Alex acabou dispensado pelo Fenerbahçe em 2012.
Djalminha
Meia brasileiro canhoto, de extremo talento, capaz de alçar um time mediano ao destaque no futebol europeu. O roteiro de Djalminha no Deportivo La Coruña guardou semelhanças com o de Alex no Fenerbahçe, mas a história deste personagem teve alguns elementos ainda mais polêmicos.
Com um título do Espanhol e outro da Copa do Rei no currículo, Djalminha era um ídolo incontestável em La Coruña. Só que essa não era exatamente a opinião do técnico Javier Irureta em 2002. O comandante do time vinha deixando o craque no banco em alguns jogos, diminuindo suas chances de ser convocado para a Copa naquele ano.
A tensão entre os dois explodiu durante um treino. Após discordar da marcação de um lance no coletivo, Djalminha reclamou com o técnico, que revidou. O brasileiro perdeu o controle e deu uma cabeçada em Irureta, praticamente acabando com a possibilidade de representar a seleção canarinho no Mundial. Ao fim da temporada, Djalminha foi emprestado para o Austria Wien devido ao ocorrido, e só retornaria um ano depois.
Marcelinho Carioca
A relação entre Marcelinho Carioca e Vanderlei Luxemburgo sempre foi conturbada e nenhum dos dois fez muita questão de esconder isso do público. Desde 1998, quando o técnico assumiu o Corinthians, foram vários afastamentos e alfinetadas utilizando a imprensa, com histórias de bastidores que já fazem parte do folclore do futebol.
O capítulo final da união deles foi escrito em 2001, supostamente por conta de um ato de indisciplina do jogador pouco antes da final da Copa do Brasil, contra o Grêmio. O Corinthians perdeu, e parte do elenco e da torcida se voltaram contra Marcelinho, que alguns meses depois acabou indo para o Santos.
Roy Keane
Nem mesmo a motivação de jogar uma Copa do Mundo serve para manter um astro no time quando a briga é séria. Foi o que aconteceu na Copa de 2002 com Roy Keane, considerado até então um dos líderes da seleção irlandesa e do Manchester United.
Keane não estava satisfeito com as instalações da concentração da Irlanda no Japão. Depois de reclamar bastante com o técnico Mick McCarthy, decidiu abandonar a delegação e voltar para casa. No entanto, após um apelo tanto de Mick quanto do escocês Alex Ferguson, seu técnico no United, o volante decidiu voltar atrás.
Só que Keane não conseguiu ficar calado. No dia seguinte, deu uma entrevista para a imprensa irlandesa na qual voltou a reclamar da preparação, algo que repercutiu muito mal entre os jogadores e a comissão técnica. Mick McCarthy passou um sermão em Keane na frente de todos os membros da delegação, destacando sua falta de espírito de grupo.
Como o jogador nunca foi muito conhecido pela sua delicadeza, Keane rebateu com outro sermão, subindo ainda mais o tom, dizendo que seu técnico podia “enfiar a Copa do Mundo naquele lugar”. Dessa vez não teria volta atrás, e o volante só voltou a ser convocado em 2003, quando McCarthy já havia saído da equipe nacional.
Zlatko Zahovic
A Copa de 2002 foi prolífica em casos de encrencas nos bastidores. Se não fosse a briga entre o astro Zlatko Zahovic e o técnico Srecko Katanec, provavelmente pouco se falaria sobre a seleção da Eslovênia, por exemplo, que acabou eliminada na primeira fase.
Logo na estreia, quando os eslovenos foram derrotados pela Espanha por 3×1, Zahovic, em grande fase na carreira, ficou irritado com o treinador, que havia o substituído quando o time buscava o empate.
A briga veio a público, e Katanec deu uma entrevista emocionada para a imprensa mundial, explicando as razões da substituição. Mas Zahovic seguiu falando mal do comandante para a imprensa, não deixando outra escolha para a federação eslovena a não ser afastar seu maior destaque antes da última rodada.